Frank Schaeffer (1917 - 2008)
Pintor, desenhista, gravador, Ilustrador, professor.
Frank Schaeffer foi um artista autêntico, pintor e professor competente e dedicado, que sabia em profundidade seu ofício e a ele se dedicou. Filho de alemães, Alfred e Lina Schaeffer, nasceu em Belo Horizonte em 27 de maio de 1917. Seu pai, Doutor em Química e em Filosofia, veio contratado para o Brasil para estudar e classificar as águas do estado de Minas Gerais, após ganhar um concurso realizado pelo governo brasileiro em Munique. Em 1929 a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, e residiu como tantos europeus, no bairro de Santa Teresa por quatro anos, antes de mudarem em definitivo para uma confortável casa em Copacabana. Na década de 1960, esta deu lugar ao prédio no qual ele conservou um apartamento e atelier por toda sua vida.
Iniciou seus estudos de Engenharia em Viena, em 1938, e formou-se na Escola Politécnica do Rio de janeiro em 1943. Foi o professor mais longevo do Instituto Militar de Engenharia (IME), onde permaneceu por 56 anos, como professor de desenho técnico. Homem de cultura, falava correntemente seis idiomas, foi também grande conhecedor da música erudita. Teve uma vida rica e viveu com muita intensidade e emoção, com o bom humor dos que amam e se sabem amados. Apaixonado pela Natureza, Frank Schaeffer nutria profundo amor pelos animais, tendo sempre algum de estimação ao seu lado. Desde criança encantou-se pelo mar, sendo este seu tema predileto na pintura, além de ter sido bom remador, e velejador habilidoso. Nunca conseguiu responder com certeza se velejava para pintar ou se pintava para velejar...
O ano de 1948 foi de grande importância em sua carreira, quando recebeu uma bolsa para aperfeiçoamento em Paris e pode dedicar-se inteiramente à pintura. Lá viveu por 2 anos, estudou com Fernand Léger, Andre Lhote e Arpad Szenes em seus ateliês particulares, e participou de cursos na École de Beaux Arts. Durante este período viajou 15.000 Km de bicicleta, sempre acompanhado do seu material de pintura.
Em 1953 e 54 viveu e trabalhou na Noruega, na cidade de Svolvaer, Ilhas Lofoten, a convite daquele governo. Pintou muito e viajou o país fazendo exposições e realizando palestras sobre o Brasil, naquela época bastante desconhecido por lá.
Participou ativamente da vida artística no Rio de Janeiro, foi membro da Comissão Nacional de Belas Artes de 1952 a 56; membro de júri do Salão de Arte Moderna e do Salão Carioca de 1957 a 1967; de 1966 a 74 foi secretário geral da Associação Nacional de Artes Plásticas, e membro de júri da comissão de Arte do IBEU de 1988 a 94. Participou das bienais de São Paulo desde a primeira em 1951 ate 1969, assim como da bienal de Barcelona 1956 e a do México em 1958. Recebeu diversos prêmios em salões oficiais, destacando-se Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas Artes, em 1943; Prêmio de Viagem do Salão de Nacional de Arte Moderna em 1956, o Prêmio Jabuti de melhor ilustrador do ano em 1960 e o grande prêmio de pintura do Salão de Arte Moderna de Brasília em 1967. Das inúmeras exposições individuais e coletivas em museus e galerias, no Brasil e no exterior, destaca as individuais no MASP (Museu de Arte de São Paulo em 1950 e no MAM - SP (Museu de Arte Moderna) em 1955; na Maison de L’Amerique Latine em Paris, 1954; Em Lima, Peru, no Instituto de Arte Contemporânea 1957 e em 1965, no Centro de Estudos Brasileiros, onde também ministrou curso de pintura na Escola de Belas Artes; Galeria San Diego, Bogotá, Colômbia em, 1974; Centro de Estudos Brasileiros em Assunção, Paraguai em 1980. A grande retrospectiva da sua obra, “Trajetória” teve lugar no MNBA (Museu Nacional de Belas Artes), Rio de Janeiro em 1985. No verão de 1989, conheceu Maria Verônica Martins, também pintora, com quem passou a viver até a sua morte. Juntos realizaram diversas viagens e exposições no Brasil e exterior, das quais se destacam “Viagem de inverno”, no MNBA, Rio de Janeiro em 1994,“ Two Artists from Rio”, Galeria Calligrammes, Otawa, Canadá, 1997 e “ Die Entdeckung Brasiliens” no Consulado do Brasil em Munique, Alemanha, a convite do Itamaraty em 2000.Em 1992 realizou , individual e ministrou curso no Museu de Arte do Rio Grande do Sul; em 1996 ; em 1998 “Frank Schaeffer e o mar”, Museu da Marinha; em 2001 no MNBA “Por terras e mares” ; em 2006 “Fidelidade” , no CC Laurinda Santos Lobo e em 2009 Exposição póstuma no Museu da Chácara do Céu, ambas em Santa Teresa; em 2017, ”Centenário”, no Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro.
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*Todos os trabalhos desse site são do acervo de Maria Verônica Martins, sua viúva e companheira por 18 anos.